Há Alguém Entre Nós
Há Alguém Entre Nós
(Breve relato não muito profundo sobre a bestialidade do acaso...)
Leon e Augusto eram tiras experientes, rodavam a mesma cidade há alguns anos e notavam que nos últimos tempos as coisas estavam ficando mais violentas.
- É o terceiro assassinato da semana... desse jeito onde vamos parar?
- Não sei Augusto, não sei! Me passa mais café!
Na delegacia, mesmo com tanta ocorrência, sempre sobrava um tempo para tomar café e alguns policiais diziam que este era o remédio mágico para enfrentar a onda de violência. Mas na tarde em que havia alguém entre eles, as coisas foram um pouco diferente. Leon recebeu o telefonema da perícia e ficou bastante assustado com a noticia.
- Tem certeza? O mesmo? Bom, mas então estamos lidando com um assassino em série! Irei avisar todo o pessoal aqui e vou dar uma checada nesses corpos. Bom trabalho Fonseca!
Uma reunião foi feita às pressas e começaram a analisar os casos. O primeiro caso era uma viúva, era bastante jovem e o marido havia morrido supostamente devido a um acidente de transito. A segunda uma empregada que trabalhava não muito longe dali e a terceira era a dona da casa onde a empregada trabalhava.
Naquele pouco tempo em que discutiam, muitas familiaridades surgiram entre as vitimas, mas ainda não tinham pistas sobre o suspeito. Não existia ainda um porquê para aquelas mulheres terem sido assassinadas, porém Negrini, o chefe daquele batalhão parecia haver captado algo nos detalhes das vitimas.
- Provavelmente, se foi o mesmo cara que as matou, ele já deve ter se matado agora. É comum isso acontecer! Denis dê uma olhada se não tem nenhum caso do tipo aí nas ultimas horas! E também, se foi o mesmo cara, ele deve estar escolhendo uma próxima vitima. Pelo visto ele gosta de mulheres daquela região, deve morar por ali. Esses tipos são os piores, são loucos mesmo! E bom, eu reconheço um a quilômetros! Vou dar uma olhada na cena do crime deste ultimo assassinato para ver o que encontro! Vocês vão se mexer!
Como de costume, Negrini parecia ter razão e todos os policiais foram procurar ligações entre os casos. Exceto dois, obviamente eram Leon e Augusto. Estes foram até a casa da primeira vitima. Achavam realmente muito estranho o fato de ela ser assassinada não muito tempo depois do marido morrer num acidente de carro. O próprio fato de o marido ter morrido num acidente de carro já era bastante intrigante. Porém, chegando à casa dela, nenhuma pista foi encontra e antes de voltar a delegacia resolveram passar na perícia e encontrar quem cuidou do caso de seu marido.
Lá, não demorou muito já obtinham todas as informações necessárias e uma delas obviamente não passou despercebido: antes de o carro capotar, ele havia levado um tiro no pescoço, vindo de fora do carro, depois bateu contra um muro e capotou.
- Como um fato deste porte pode passar despercebido pelo Negrini?
- Não entendo também Augusto, mas com certeza isso não é normal!
- Bom, vamos ligar para ele?
- Sim! Ele está na casa daquela dona de casa...
Um pouco nervoso Negrini pediu que fossem rapidamente até lá e que não alertassem a ninguém, pois ele já sabia do fato do tiro e desconfiava de alguém dentro da delegacia. Ele estava sozinho na casa da ultima vitima e Leon e Augusto estacionavam o carro na frente do portão.
Negrini sai da janela e fica atrás da porta, que esta aberta. Põe a arma na mão.
A dupla entra e vai caminhando até o centro da sala, ouvem o barulho da porta fechando e, antes que pudessem se virar sentem as balas entrando nas costas. Um tiro em cada e os dois caem no chão. Antes do tiro de misericórdia Negrini diz:
- Querem mesmo saber quem é o assassino? Pois bem, descubram... ele está entre nós!
BANG!BANG! Dois tiros secos em cada cabeça...