A Minhoca

A Minhoca

Por Ramon Bacelar

Com contorções e súbitos inchamentos do seu corpo cilíndrico e anelado, desbravava a terra pastosa e úmida. Pedras e raízes retardavam e por vezes impediam seus movimentos, irritando o tempo e atrasando sua chegada; mas insistia, persistia e quando finalmente teve a coloração do seu corpo subitamente modificada pela repentina descarga de luz solar da superfície, seu cilindro, transbordante de vida, foi de encontro a lâmina de uma afiada enxada que a dividou em duas vidas momentâneamente pulsantes e inquietas: Zé Bento não pôde conter seu grito e riso de profunda felicidade ao jogar as primeiras sementes no sulco de terra virgem recém cavada.

FIM

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Leiam A Vingança do Ghoul: http://casadasalmas.blogspot.com/2010/05/vinganca-do-ghoul.html

Ramon Bacelar é contista, crítico e ensaísta. Mantém um blog sobre cinema, quadrinhos, literatura e cultura underground (Maquinário da Noite: www.maquinariodanoite.blogspot.com) é colaborador do site Teia Cultural (www.teiacultural.com.br) e publica contos no Recanto das Letras ehttp://www.recantodasletras.com.br/autores/ramonbacelar e em seu site pessoal, Miragens Ofuscantes: http://www.miragensofuscantes.blogspot.com

Ramon Bacelar
Enviado por Ramon Bacelar em 24/05/2010
Reeditado em 28/05/2010
Código do texto: T2275990
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