ASSASSINATO
Foi a primeira coisa que vi ao levantar. O corpo negro caído, as pernas entreabertas. A pobre deve ter sido fulminada. Tive uma certa pena. O que fazer? São coisas da vida. Aproximei-me na intenção de ver mais perto, o que tinha acontecido. Eu intimamente sentia-me culpada. Talvez, ela fosse jovem. Teria deixado um amor família, filhos, não sei, talvez. Durante o giro de meus pensamentos, sentia-me cada vez mais deprimida. Eu era culpada, acusava-me a consciência. E agora?
Estiquei o braço na intenção de... ZZZZZZZZZZZZ, ela simplesmente,
levantou seu corpo frio do mármore onde até então jazia, e num vôo meio desordenado, bateu de encontro ao meu nariz, para cair novamente. Desta vez foi ao chão, e eu tive o prazer de pisar seu corpo nojento. A consciência ficou em paz, acabei de assassinar mais uma mosca.