CARONA
Ela ia apressada no seu salto alto. A rua semiescura, meio deserta. O carro preto, último modelo diminuiu, parou ao lado.
_ Carona?
Ela nem olhou, fez que não ouviu.
Ele era insistente. Fez a rotatória no alto da rua e retornou.
_ Carona?
Ela pôs as mãos na cintura. Olhou bem na cara dele.
_ Bom, eu tô indo pra igreja. Vou à missa das 7. Por acaso, é pra lá que tá indo?
Ele correu o vidro e acelerou. Ela aprumou-se no salto e seguiu.
Foi rezar por essa gente sem vergonha na cara que não tem o que fazer! Quem sabe conseguia converter pelo menos uma meia dúzia...