APICULTORES DAS ESTEPES
Era tarde de sábado. Desde a colina, prudentemente agasalhadas, as crianças serpeavam sobre alvo e espesso tapete tecido e estendido pela abundância da queda dos mais recentes flocos de neve. Vigiavam-nas os adultos, à varanda junto à lareira, ao tempo em que saboreavam novas receitas de broas e pães egressos das últimas fornadas e regados a vinho ou a chocolate cremoso, nos moldes do ritual vespertino naquela tradicional "datcha". Entrementes, no piso superior do sobrado, aquecidos sob aprazíveis ededrons, os jovens saciavam-se, iniciando seus desejos; abelhudos, distantes dos olhos paternos, degustavam favos de mel.