VIDA RIBEIRINHA

O rio corria cego, levadas as suas águas apenas pelo instinto de seguir.

Às suas margens, uma velha choupana destelhada, recém habitada por novos hóspedes, repousava insólita e silente, abandonada entre o chapinhar das águas que agora corriam felizes, roçadas pelos fortes braços dos novos habitantes ribeirinhos.

Agigantadas e poderosas asas, que da montanha emergente do solo, desciam para o selvagem cenário, a desarmar suas garras, desgostosas de rapinar as vidas livres, frágeis e distraídas...que não lhes pertenciam.

Agora, apenas dóceis falcões enfeitiçados, a de perto, desfrutar do doce fluxo daquelas águas cristalinas...

NOTA:

Duma cena do caminho.