C H A R A D A
CHARADA
(mini conto)
Numa roda de amigos falava-se de literatura. Um poeta saiu-se com esta:
– Dias atrás folhei um “caderninho” singular. Só o título já era uma gracinha – “Buscando Entender”. Era um diminuto livrinho que versava sobre crenças e não crenças.
– Dependendo de como foi enfocado o assunto pode ser bem interessante esse “caderninho”, como você acaba de denominá-lo, disse um dos amigos.
– O que mais me chamou a atenção foi que, em determinada página, no alto dela o título – VER. Só havia uma linha naquela página. Nem linha era – um risco horizontal, bem no meio. No começo à esquerda, lia-se: DEUS e, na extrema direita estava escrito EU.
– Só isso? Que estranho! Entendeu alguma coisa? Para mim é uma charada.
– Fiquei uma noite inteira tentando decifrá-la e nada. Passei então a observar em seu todo o diminuto livrinho, e veio-me a luz que faltava. O título, sim, o título que me deu a ideia – “Buscando Entender”. Deus não precisa queimar pestanas para entender o seu humano, pois é seu criador e tudo sabe sobre ele. Somos nós, suas criaturas, que, com uso do livre arbítrio, constantemente nos desviamos da razão. E, quando a reencontramos, passamos a olhar para dentro desse ser humano material tentando entender-lhe o espírito, em busca de nós mesmos. Essa, sim, é a charada. Só depois que conseguimos entender a nós mesmos, veremos que o espírito está sempre buscando entender melhor seu Criador em toda sua plenitude. E é só depois desse entendimento que constata que o corpo é uma máquina acionada pelo espírito que admitiremos a existência de DEUS.