PLÁSTICO

Um homem sentado numa poltrona de plástico no canteiro central da Avenida Vasco da Gama. O homem. Na Vasco. A poltrona tão de plástico, tão amarela, tão pouco poltrona numa tão pouco sala de estar como o canteiro central da Avenida Vasco da Gama. E falava ao celular. O homem da poltrona de plástico. Da Avenida Vasco da Gama. Em voz alta e em bom som, anunciava sua estada naquele tão seu e tão alheio lugar. Os carros passavam indiferentes. A vida passava indiferente. Só a poltrona ficava.