VIDA DE TAIPA!

Dia claro dum alto sol da manhã.

E ela caminhou com dificuldade pelo pequeno trecho de terra batida margeado por alto mato ressequido que também invadia o chão de cimento abaixo da porta do barraco de taipa.

Nem precisou bater.

Uma leve brisa estridulou a madeira velha e ressecada da porta entreaberta, que ao se movimentar lentamente denunciava a cena do dia, do amigo que chegava sob aquele som, duma campainha que soa quando, milagrosamente, ainda há vida.

Sobre a cama improvisada, um jovem corpo moribundo, um sorriso largo, e logo os olhos desidratados se encheram de vida.

"Você veio mesmo!" ele mal balbuciou a ela.

Ali lhe soara um hino de agradecimento à mais verdadeira amizade que ela já fizera na vida.

Um breve silêncio e todas as palavras ali foram ditas sem que nenhuma delas fosse pronunciada.

Na vida de taipa o impossível sempre acontece.