Volátil

Ela estava toda suja de tinta

Pintara um quadro incrivelmente belo

Sentia-se nas nuvens e não parava de cantar

Admirando sua obra como se fosse única

Sabia que outra obra assim custaria caro

A sujeira fazia parte do colorido do seu dia

A felicidade dançava ao redor de seu sorriso

Nunca um momento foi tão harmoniosamente belo

Os pincéis espalhados contavam os minutos gastos

Num canto, sentada no chão, esperou e ouviu um barulho

A porta do estúdio se abriu

Era ele, aquele que ela jurava seu fã

O aplauso seria inevitável, ela sabia disso

Um olhar, uma espera, um sorriso

Ele simplesmente dissera:

Nossa! Que sujeira. Apronte-se hoje vamos comer camarão e tomar vinho.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 25/02/2010
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