DORIAN GRAY ICONOCLASTA
Quantas vezes não ouvimos a velha máxima: " Na vida em sociedade se é o que se parece ser!". Por esses dias estive relendo "The picture of Dorian Gray", de Oscar Wilde. Nada mais atual do que o conteúdo desta obra. Oscar era anterior ao cinema, à televisão, à Internet, no entanto previu o culto à imagem, pois toda reprodução da realidade é pura ilusão;temos como exemplo os ídolos fabricados, que na realidade são só personagens, modelos criados para mostrar apenas perfeição e consequentemente o esforço dos pensadores em aniquilá-la ( a imagem). Muito antes, Platão já discorria pelo assunto em seu Mito da Caverna. As duas são obras que se complementam, cada uma tem uma abordagem particular sobre o mesmo tema: focos do olhar. Dorian, como Narciso, enamora-se de sua bela estampa e diante do quadro, presenteado por um pintor amigo, expressa seu desejo de permanecer sempre jovem e belo. Ao longo da exegese, seu corpo, durante vinte anos, não sofre alterações, mas a obra, sempre escondida, revela todos os abalos, inclusive os morais, sofridos durante a vida. No desfecho, Dorian, atormentado pela culpa por seus atos imorais e amorais, decide acabar com o quadro e consequentemente, com a própria vida. Exemplos de Dorian Grays: Carmen Miranda, Marillyn Monroe, James Dean, Michael Jackson, Brittany Murphy, Heath Ledger, Kurt Cobain,Fábio Assumpção...
Mesmo assim, por natureza, Ninguém é 100 por cento iconoclasta, todos gostam de ilusões.