El'Bigodon

Texto extraído do diário de El’Bigodon

Sentado no banco da praça central, de Ribeirinho das almas, ali pertinho do lago do sapo seco, encontrei um diário caído no chão o dono um tipo chamado: El’Bigondon, folheando algumas paginas encontramos o seguinte dialogo:

- Seu nome?

- El’bigodon.

- Profissão?

- Andarilho, pesquisador do nada, e pescador nas horas vagas.

- Mora onde?

- Onde tiver uma bica d’água pra banhar, um papelão pra cobrir. é ali minha morada.

- Casado?

- Crotilde me abandonou ontem.

- Filhos?

- Até o que eu sei sete.

- Contagem de mentiroso. Risada.

- Sua mãe acredita, quando vô lá pedir um quentado.

- Apela não!

- To longe de apela e você ta perto de acabar?

- Sim só mais duas perguntas.

- Manda então que to com fome.

- Quando minha professora ler isso o que ela vai pensar?

- Que você não tinha ninguém importante para entrevistar e veio zoar comigo.

- Pra encerrar dê sua opinião sobre algo que lhe é muito importante.

- No mundo há uma barreira entre o sofismo e realismo, caminho entre gente granfina, e nunca fui bacana, não trabalho e como do bom e do pior, mas não morro de fome. Tenho uma independência mais não sou livre, o chão o céu e as estrela, quando não chove durmo sequinho, parece que ninguém pensa em ninguém principalmente num mendigo. Não sou pedinte por necessidade virou uma rotina de sobrevivência.

- Você fala bem! Nova risada.

- Falo pra boca não feder.

- Bom El’Bigodon depois te mostro minha nota.

- Se depender de mim já é dez.

Depois de quinze dias fui procurar meu entrevistado e não encontrei. Fiquei sabendo que voltou com Crotilde e seus sete filhos, mas nada que comprove esta verdade.

valdison compositor
Enviado por valdison compositor em 05/01/2010
Código do texto: T2011766