Companhia e Cia

Os edifícios de centro de cidade falsamente o abraçavam e o faziam incompreensivelmente se sentir mais só. O gosto do concreto se misturava à segura da boca, que recebia enojada o sal do suor. Os transeuntes denunciavam seu abandono, quicava, esbarrava almejando toque. Depois via os gestos das bocas que o praguejavam. Vendedores surgiam, vendedoras propostas, todas lindas, de vidro. Até que quase ficticiamente aparecem três ex-colegas da companhia e o arrastam para o fast-food mais próximo. Os sons de seus lábios se misturavam, seus olhos atiravam fúria e questionavam a carteira vazia. Sozinho, viu-se acompanhado e concluiu que o ninho da solidão deve ser a copa de uma megalópole.

Giu Santos
Enviado por Giu Santos em 01/01/2010
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