Amigo não se nega
Debruçada na janela, semblante alegre, olha os transeuntes apressados. Na primavera toda paisagem é vistosa; até mesmo uma moita de grama dispersa numa abertura da calçada.
No ímpeto, pega o celular e liga para o amigo:
- Estou ligando apenas para espairecer minha solidão. Tenho outros números em minha agenda, mas, creia: você sempre me estendeu a mão quando precisei.
- Não se preocupe Lu. Amigo não deve se negar ao outro – isso é a verdadeira amizade. Conte comigo.
- Claro. Por isso ligo sempre para você...
- E o que está te atormentando desta vez Lu? – o trabalho, namoro...
- Sinceramente não sei ao certo. Sinto-me sozinha, sem coragem para levar a vida.
- Aguarde-me, Lu. Em 40 minutos estarei aí e a gente se fala.
Foi à garagem pegou o carro e acelerou. Chegou, subiu ao quarto andar. A porta semicerrada. Entrou, foi ao quarto, à cozinha, por fim ao banheiro: - Lu, estirada, não teve forças para esperá-lo...