A Dor de Leandra
Lágrimas iluminavam a escuridão do quarto.
A dor era tão forte que parecia concreta, facil de pegar com a mão e trancar entre os dedos.
Leandra não aguentava mais, mesmo assim com uma letra tremida em uma folha de papel bonita deixou seu pedido de perdão á mãe que
tanto amava.
De que adiantava afinal amar se a dor era maior que tudo e ela já não suportava mais?
Afundada no mar da dor já não conseguia ver mais a vida, não sentia mais nada, apenas o sofrimento. Tudo em vão... iria se libertar enfim... ou sera que não?
Deitada na cama... camisola de seda... o lençol macio e bem feito com desenhos dourados acarinhava seu corpo... escolheu o melhor perfume... passou maquiagem pela última vez... tão bela... tão triste.
Ao seu lado um gatinho lindamente peludo e branco como flocos de neve chorava baixinho... miadinhos leves e amargos... a cabecinha encostada no peito de sua dona tão amada.
A dor fisica venceu a vontade de viver.
A dor... ah a dor.... se tornou maior que o amor.
Na mesinha ao lado da cama e no chão... frascos de remedios e uma garrafa de agua testemunhavam a dor de Leandra...
O escuro se transformou em nevoa... a dor em lampejo... a vida em morte.
Somente mais um suspiro... apenas mais um miado de adeus.
E tudo estava acabado.
Seu corpo desistiu de lutar mas a dor não... mergulhando na alma de Leandra... a dor sorriu triunfante.