POSSO ENTRAR?
Naquela manhã, o sol atravessava a sua janela e invadia a sala. A cortina esvoaçava ao vento. Estava um dia lindo! Que bela manhã! Assim, ela exclamava.
Parou um pouco, para mais uma vez admirar a natureza. Soltou os seus pensamentos. Inevitavelmente, pensou nele. Captou a sua imagem: um olhar pedinte, sedutor, fascinante, de quem decifra todos os seus desejos. Um sorriso maroto, de quem sabe o prazer que sua presença lhe proporciona. Sentiu um desejo tão forte de tê-lo ali em sua frente, para tocar suas mãos quentes, seu corpo atlético; sentir seu cheiro suave e ouvir sua voz grave, que a levava quase ao êxtase.
Por alguns segundos fechou os olhos, para emoldurar aquela cena e colocar na entrada principal de sua mente.
Enfim, quando abriu os olhos, grande foi sua surpresa, a porta se abriu e em seguida, ele estava ali, espírito e matéria, e indagou: dá licença, posso entrar?
Sorrindo ela respondeu: claro! Estava a te chamar, meu amor!