VOCÊ I
O inverno assim chegado deixa tudo como luto, mesmo sem morte. A neblina que molha o rosto se comporta como lagrima e assim chorando e se apertando, buscando calor, todos parecem ter perdido algo que mais ama.
Ali, sentado na esquina, de ruas que não vinham de lugar nenhum e não o levavam para lugar algum, ele não sabia mais se devia continuar, era um cão que correu atrás de um carro não sabe o que fazer com as rodas. Meia hora antes estava completo comprando uma luva, até que nos olhos, que não eram seu, viu.
Algo oco se encheu, pesou e não pode suportar, uma descoberta:
Terá sempre que esperar e procurar, procurar e esperar.