A Cinderela do coletivo
Ela fazia sucesso! Os homens? Ah! não podiam vê-la que se apaixonavam imediatamente. Trabalho? Não havia nenhum realmente digno dela...no palácio onde morava, tudo que fazia aumentava o brilho de sua já cintilante personalidade. E era modesta, sempre dizia que não gostava do constante assédio. Mas, que culpa tinha de ser maravilhosa? Sentia-se como Cinderela, suas irmãs malvadas se roíam de ciúme e inveja de sua beleza estonteante e de sua inteligência privilegiada. Era bonita, atraente, inteligente.
Na verdade, sempre foi perseguida por causa desses atributos que lhe sobravam, e era injustiçada! A inveja que as irmãs produziam contra ela estava constantemente lhe causando prejuízos. Uma miséria! Era por isso que sofria tantos reveses, pensava desgostosa.
- Mas, não tem problema! A inveja delas não me afeta. Olha só para o cobrador...não tira os olhos de mim, completamente fascinado.
E enquanto ela pensava, pendurada no coletivo, o cobrador a olhava desconfiado.
- Coitada! Deve ser maluca, falando sozinha um hora dessa.