Infortunado Inverno
Abre os olhos, o dia já esta amanhecendo, e profundamente se convence que sempre esteve cambaleando a beira do abismo.
Sente-se no espasmo da agonia...
As páginas da história do seu passado sempre foi marcada de horror, de mentiras e enganos.
Quando as tormentas violentas sopram sobre sua vida, e que agora no pode evitá-las, põe-se em ação para tentar reunir os destroços, sem nada conseguir...
Ao volver os olhos de sua vida passada, pode-se ver quantas vezes ela foi moldada pela desgraça que ele mesmo se envolveu...
Nada podia trazer-lhes o alivio... sentia-se aterrorizado.
Temia ter que abandonar sua vida naquele infortunado inverno...
Passava pelas profundezas da pobreza e da enfermidade da alma... e perguntava-se o que faz prosseguir através de todos os obstáculos que passava... e nada o ajudava... ontem suportou...mas hoje... e nem podia pensar no amanhã.
Olhava para trás e via um campo de destroços e sonhos mortos, ilusões desfeitas, esperanças não vingadas, melodramas...
Apesar de tudo, não sente pena de si mesmo, e não derrama uma lágrima, e nem sente remorso pelas pessoas que enganou, que roubou-lhes a alma... por que viveu... elas apenas existiram... como ele, apenas existe... e pôs cabo à sua vida!