Pais e filhos

Após vários chopes, o pai chega em casa e vocifera com o filho:

- Como não bastasse a escola, não está cuidando de sua vida amorosa, filho!

- Não estou entendendo aonde você quer chegar, pai? - O que tá pegando?

- Você deve saber que conheço seus professores e alguns deles tomam chope comigo nas sextas-feiras.

- E o que isso tem a ver, pai?

- Tem a ver que você deve estar achando que eu sou deputado ou senador; - endinheirado.

- Não, pai! Sei que você não é senador ou deputado. Afinal, você sabe perfeitamente que seu pai deu-lhe tudo para que mergulhasse nos estudos; preferiu os chopes...

- Você tá distorcendo a conversa, filho, falo de você!

- Parte deste meu desmazelo foi herdada de você e não se discute, pai! – Mas me diga aonde quer chegar mesmo?

- Filho, na verdade, zelo pela sua felicidade. E para se ter felicidade é necessário estudar, se preparar para esse mundo cruel e exigente, e ainda, cuidar do amor.

- Não se preocupe velho! Está tudo sob controle.

- Creio que não, filho! Há pouco, saindo da choperia vi Bruna aos beijos com um rapaz entrando no motel defronte. Achei que era você, mas...

- Sem caretice, pai! Era o meu amigo Cláudio, relaxa!

FIM