Compreender o incompreensível...
Compreender o incompreensível
Permitia-se ser levada. Conduzida. Há muito já circundava aquele ermo local.Estranhamente era guiada sempre ao mesmo ponto.Decorriam-se temporadas e quando por alguma razão ia aquele lugar uma inexplicável sensação lhe advinha.O que a intrigava era pressentir gostar.Algo desconhecido ali lhe atraia.
Em uma estratégica ou planejada cartada do destino, avisou-se: Tudo poderia mudar. Haveria que se desfazer do que sequer compreendia, mas o certo é que se distanciaria para sempre da possibilidade de descobrir. Logo sentiu-se em perigo.O risco de arrepender-se era maior e a incomodava.Só então pode perceber o quanto aquele caminho que quase sempre fazia, no qual sentia não ser conduzida por seus pés, cabeça, era imprescindível.Dirigir-se aquele encontrar a libertava do igual, do qualquer.Isentava-a de dívidas consigo mesma.Era incompreensivelmente alentador.
Esteve à beira do abismo. Do derrapar.Precisava socorrer-se.Um socorro que ninguém se não ela poderia se propiciar. Devia a si um decidir. Pensou em pensar. Anulou pensamentos vãos. Apagou supostas certezas. Arranjou-se com algumas tênues razões. Armou-se. Achou no nada, motivos. Definiu fazeres.Não hesitou. Foi. Exultante.
Mais a frente uma nova percepção delineou-se. Algumas sombras que camuflavam o compreender se desfizeram. Agora percebe claramente onde está.Compreende o magnetismo que a atrai. Acolhe o novo. Pode sentir aos poucos o chão. Quer de terra ou nuvens. Está por descobrir.
Mas aposta no bom (boom) da descoberta.
Pretende se permitir ficar.
Estar. Experimentar.
Sente-se quitando débitos com o seu existir. Seu coração.