DESPEDIDA

Disfarçou a tristeza dobrada no avental. Sentou-se com amor; beira de mesa: salpicou sal, beijo e incerteza. Calor da sopa, assoprando a boca. Quantas mais seriam as horas, até o adeus? Olhou os ponteiros, revistou a memória; onde ainda serenos...faziam histórias.

Tão meus teus segredos e medos (pensava); que os quero devolver, entre as roupas na mala, debruçados nas sobras da tua voz, que cala, em esclerose veloz.

Logo chegam pra te levar...você que se foi de mim, bem antes do verão minguar; naquela noite nua; que memória tua, teimou falhar.

Disse assim: Sou de você?

Respondo enfim: Sempre!

Mirea
Enviado por Mirea em 18/08/2009
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