AMIZADE CONGELADA
- Feche a janela, rapaz! Tá muito frio!
- Tá nada!
- Feche! Já disse! Não tá vendo o termômetro lá no JK? 10. graus!
- Você é muito friorento! Frio é psicológico!
- E você é muito calorento! Calor demais é o quê?
(Os dois “amigos” moram juntos num prédio de apartamentos nas imediações da Praça Raul Soares, em Belo Horizonte, de onde se avista toda a praça e um edifício de 34 andares, o JK, que se exibe imponente, esguio, aparentemente solto no ar, dando impressão de adentrar para as nuvens azuis e o gélido luar prateado que contrasta com o letreiro vermelho do outdoor. No topo do JK, o outdoor do Banco Itaú marca a temperatura e as horas.
São dois estudantes da PUC lá do bairro Dom Cabral, que até evitam se falar porque sempre discutem. Evitam também pegar o mesmo ônibus para não estarem juntos. E não sabem quase nada um do outro. De cidades diferentes, mal se conhecem. E vivem discutindo por qualquer bobagem.
Visando à economia de despesas, dividem um quarto no apartamento de uma aposentada, mas nos fins de semana, cada um vai para a casa da namorada. Nada em comum entre eles, exceto a necessidade de dividir o aluguel do quarto).
Debaixo das cobertas, tremendo de frio, Marcelo argumenta:
- Se frio é psicológico, Rodrigo, aquele outdoor lá no JK marcando 9 graus, quer dizer o quê?
- A temperatura está caindo mesmo... mas prefiro a janela aberta. Não gosto de ambientes fechados!
Procurando se agasalhar mais, Marcelo pede novamente:
- Feche a janela, rapaz! Vou morrer congelado aqui dentro, no 18. andar, ou você me convença de que aquele termômetro lá no JK é ilusão de óptica.
Obs.:
Esta é mais uma obra de ficção, de minha autoria. Qualquer semelhança com personagens reais ou situações, é mera coincidências. As locações em BH são verdadeiras.
Foto: Web
- Feche a janela, rapaz! Tá muito frio!
- Tá nada!
- Feche! Já disse! Não tá vendo o termômetro lá no JK? 10. graus!
- Você é muito friorento! Frio é psicológico!
- E você é muito calorento! Calor demais é o quê?
(Os dois “amigos” moram juntos num prédio de apartamentos nas imediações da Praça Raul Soares, em Belo Horizonte, de onde se avista toda a praça e um edifício de 34 andares, o JK, que se exibe imponente, esguio, aparentemente solto no ar, dando impressão de adentrar para as nuvens azuis e o gélido luar prateado que contrasta com o letreiro vermelho do outdoor. No topo do JK, o outdoor do Banco Itaú marca a temperatura e as horas.
São dois estudantes da PUC lá do bairro Dom Cabral, que até evitam se falar porque sempre discutem. Evitam também pegar o mesmo ônibus para não estarem juntos. E não sabem quase nada um do outro. De cidades diferentes, mal se conhecem. E vivem discutindo por qualquer bobagem.
Visando à economia de despesas, dividem um quarto no apartamento de uma aposentada, mas nos fins de semana, cada um vai para a casa da namorada. Nada em comum entre eles, exceto a necessidade de dividir o aluguel do quarto).
Debaixo das cobertas, tremendo de frio, Marcelo argumenta:
- Se frio é psicológico, Rodrigo, aquele outdoor lá no JK marcando 9 graus, quer dizer o quê?
- A temperatura está caindo mesmo... mas prefiro a janela aberta. Não gosto de ambientes fechados!
Procurando se agasalhar mais, Marcelo pede novamente:
- Feche a janela, rapaz! Vou morrer congelado aqui dentro, no 18. andar, ou você me convença de que aquele termômetro lá no JK é ilusão de óptica.
Obs.:
Esta é mais uma obra de ficção, de minha autoria. Qualquer semelhança com personagens reais ou situações, é mera coincidências. As locações em BH são verdadeiras.
Foto: Web