Conto Minimalista n.31
A BRINCADEIRA
A fogueira espantava mosquitos e bichos maiores. A conversa fluía em meio às risadas fáceis dos jovens, tão contentes. A vida ainda não os ferira nem apresentara algumas contas... ele pensava com certa amargura.
Propôs uma brincadeira antiga. Iniciaria uma história assustadora qualquer e cada um contaria sua parte. O diferencial é que se faria também um pedido a ser atendido. Todos toparam.
Ele começou: "Uma noite, na montanha, jovens acampavam quando ...". E pediu: traga-me um galho grande de árvore.
Lucas continou: "Quando ouviram um ruído forte atrás do camping, e um deles foi verificar. Percebeu tratar-se de pessoas bem estranhas"... Saiu atrás do galho e o colocou dentro da roda. Disse: traga-me uma pedra redonda.
Jill contou: "Apesar da saudação amistosa, ele recebeu um raio paralisante e foi levado à nave escondida no vale. Lá...". Ela saiu e trouxe a pedra. Pediu: traga um inseto grande.
Ana narrou: "Lá, numa sala branca, ele foi deitado sobre a mesa e despido por um mão fria e verde..." E saiu atrás do seu inseto.
Enquanto esperavam, uma luz surgiu no céu super estrelado, piscou muito e pairou ao lado da montanha, deixando-os de pelos eriçados. As moças gritaram assustadas. E, de repente, viram que Ana não retornara em 15 minutos passados. Reagindo ao terror, ele pensou na busca.
Então, a luz girou em outra direção. O que seria aquilo? Um avião fora da rota? Uma miragem? Ah não...aquilo não era possível... Ele já ia chamar a Guarda Florestal quando Ana reapareceu, desculpando-se ao vê-los brancos de pavor. E quase bateram nela, que ficou sem entender porque a abraçavam com alívio e carinho.
Ela disse: Eu não vi nada esquisito. Precisei ir ao banheiro, afastei-me demais e me perdi. E, orgulhosamente, ela exibiu o grilão que morrera sob seu xixi. Depois dessa, todos foram deitar bem depressa.
Na escuridão, do outro lado da montanha, a luz rebrihou sinistramente.
Silvia Regina Costa Lima
19 de junho de 2009
A BRINCADEIRA
A fogueira espantava mosquitos e bichos maiores. A conversa fluía em meio às risadas fáceis dos jovens, tão contentes. A vida ainda não os ferira nem apresentara algumas contas... ele pensava com certa amargura.
Propôs uma brincadeira antiga. Iniciaria uma história assustadora qualquer e cada um contaria sua parte. O diferencial é que se faria também um pedido a ser atendido. Todos toparam.
Ele começou: "Uma noite, na montanha, jovens acampavam quando ...". E pediu: traga-me um galho grande de árvore.
Lucas continou: "Quando ouviram um ruído forte atrás do camping, e um deles foi verificar. Percebeu tratar-se de pessoas bem estranhas"... Saiu atrás do galho e o colocou dentro da roda. Disse: traga-me uma pedra redonda.
Jill contou: "Apesar da saudação amistosa, ele recebeu um raio paralisante e foi levado à nave escondida no vale. Lá...". Ela saiu e trouxe a pedra. Pediu: traga um inseto grande.
Ana narrou: "Lá, numa sala branca, ele foi deitado sobre a mesa e despido por um mão fria e verde..." E saiu atrás do seu inseto.
Enquanto esperavam, uma luz surgiu no céu super estrelado, piscou muito e pairou ao lado da montanha, deixando-os de pelos eriçados. As moças gritaram assustadas. E, de repente, viram que Ana não retornara em 15 minutos passados. Reagindo ao terror, ele pensou na busca.
Então, a luz girou em outra direção. O que seria aquilo? Um avião fora da rota? Uma miragem? Ah não...aquilo não era possível... Ele já ia chamar a Guarda Florestal quando Ana reapareceu, desculpando-se ao vê-los brancos de pavor. E quase bateram nela, que ficou sem entender porque a abraçavam com alívio e carinho.
Ela disse: Eu não vi nada esquisito. Precisei ir ao banheiro, afastei-me demais e me perdi. E, orgulhosamente, ela exibiu o grilão que morrera sob seu xixi. Depois dessa, todos foram deitar bem depressa.
Na escuridão, do outro lado da montanha, a luz rebrihou sinistramente.
Silvia Regina Costa Lima
19 de junho de 2009