Contos pecaminosos

AVAREZA

Escreveu um livro - caixa.

Plantou uma árvore - bonsai.

Teve um filho - da puta.

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LUXÚRIA

Ele, Virgem.

Ela, de Lua, sumiu um dia, como Plutão.

Encantou-se pelos anéis, de Saturno.

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PREGUIÇA

Era um insatisfeito passivo.

Mulher, filhos, colegas, vizinhos - se não desse tanto trabalho, mataria-os todos.

Matou-se.

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IRA

O chefe e a cliente escaparam por pouco.

Descontrolado, pôs fogo na mesa, arquivos, tapetes e cortinas.

Pirou.

Em sentido literal.

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GULA

Voraz, engolia tudo que via pela frente.

Até que devorou um sonho.

E passou a vomitar des-ilusões.

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SOBERBA

Era tão senhor de si, que evitava barbear-se em frente ao espelho.

Do lado de lá, vivia alguém que se achava tão sensacional quanto ele.

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INVEJA

O carrapato inconformava com a desdita.

Tanto bicho melhor e ele ali, vivendo das escórias alheias.

Se fosse resistente como um rinoceronte... aquela carapaça...

Deus adaptou o desejo medíocre: transformou-o em barata.

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Maria Paula Alvim
Enviado por Maria Paula Alvim em 26/06/2009
Reeditado em 27/06/2009
Código do texto: T1668744
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