Contos pecaminosos
AVAREZA
Escreveu um livro - caixa.
Plantou uma árvore - bonsai.
Teve um filho - da puta.
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LUXÚRIA
Ele, Virgem.
Ela, de Lua, sumiu um dia, como Plutão.
Encantou-se pelos anéis, de Saturno.
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PREGUIÇA
Era um insatisfeito passivo.
Mulher, filhos, colegas, vizinhos - se não desse tanto trabalho, mataria-os todos.
Matou-se.
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IRA
O chefe e a cliente escaparam por pouco.
Descontrolado, pôs fogo na mesa, arquivos, tapetes e cortinas.
Pirou.
Em sentido literal.
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GULA
Voraz, engolia tudo que via pela frente.
Até que devorou um sonho.
E passou a vomitar des-ilusões.
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SOBERBA
Era tão senhor de si, que evitava barbear-se em frente ao espelho.
Do lado de lá, vivia alguém que se achava tão sensacional quanto ele.
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INVEJA
O carrapato inconformava com a desdita.
Tanto bicho melhor e ele ali, vivendo das escórias alheias.
Se fosse resistente como um rinoceronte... aquela carapaça...
Deus adaptou o desejo medíocre: transformou-o em barata.
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