Primeira Impressão
Ele saiu procurando o endereço até encontrar. "Ela está lá dentro, terceira porta à direita" alguém disse.
Nunca tinham se visto. Ele a olhou, ela o olhou. O olhar dele dizia "É ela!" e o olhar dela dizia num primeiro momento: "Quem será esse?" Num segundo momento ela disse à pessoa que estava ao seu lado na sala:
- É comigo! e olhando para o visitante, perguntou:
- É comigo?
Não careceu apresentações. Simpatia de parte a parte. Conversaram por uma boa meia hora.
De repente, despertou nela um ser que ele não imaginava encontrar ali, tão comum, mas...
- Eu fumo. Disse ela, complementando com:
- Não me importo. Quem não fuma é que deve sair de perto. Os incomodados é que se retirem.
Foi dizendo essas coisas e acendendo um cigarro, do qual fez questão de soltar fumaça na cara dele. Escorou-se em algo atrás de si, colocando os cotovelos para trás, tentando colocá-los em cima da mureta na qual escorara. Pé na parede.
Gestos que não eram dela. Não era ela.
Ele despediu-se normalmente, encantado com a pessoa e preocupado com a reação repentina a algo que disse, fez ou à sua presença.
- Por quê? Perguntava-se ele. Em meia hora conhecera duas pessoas numa.
Ela também despediu-se naturalmente, mas talvez nunca venhamos a saber o que a fez "agredir" a primeira impressão que causara, que ao ver dele, parecia mais com ela.
Foi embora remoendo uma frase que ela mesma dissera: "Poucas pessoas, quase ninguém, me conhece".