memórias

Uma vez o meu tio Abílio me chamou para ver a peça de Moliére, “O Avarento”, num teatro de Copacabana. O ano, não sei, mas lembro do Procópio Ferreira, o pai da Bibi Ferreira, com uns culotes e uns sapatos de França clássica que faziam barulho na madeira do palco. Tive a impressão que o Procópio estava improvisando algumas falas. Mas não importa. O que importa é que hoje está todo mundo morto, Moliére, Procópio, tio Abílio. E, quando eu me for, esse acontecimento terá desaparecido para sempre. É por isso que o conto.