E assim foram felizes para sempre
 
Justino era um homem benévolo sempre preocupado com o próximo.

Trabalhador rural, colhia o que a vida lhe destinava.

Sua esposa Faustina o admirava muito e auxiliava nos afazeres domésticos.

A vida transcorria como o Senhor  traçara, poucos encantamentos e muita rudeza.

Mas o amor e a conformidade com a miséria trouxeram-lhes algumas alegrias:
Jedemilson, Carline e Josevaldo – filhos da solidão.

A crise instalou-se no interior, não havia mais trabalho para Justino.

A fome, prima irmã da miséria fustigava  seus corpos e almas.
O casal e os filhos definhavam a olhos vistos.

Nada a fazer.

 Faustina pedia proteção divina, Justino aguardava o milagre.

Até que um dia ao perscrutar uma rancharia abandonada, Justino encontrou um tonel com alguns quilos de feijão.

O almoço foi inesquecível...

Dias após a vizinhança, ouvindo o esganiçar do velho cão,
 encontrou os cinco corpos estirados pelo casebre.

- O feijão fora envenenado para exterminar ratos.

Justino permanecia ainda com um sorriso no rosto...