Água na Boca
Estava assim com o ar comprimido.
A boca aguando de desesperado desejo de comer algo azedo, porque menstruava, mas estava grávida em sua mente fértil.
Se fosse com ela o erro...! Aquele que transmutara o anseio de uma mulher por gerar em si uma criança, transformando-a num repelente mioma. E era um diagnóstico médico! A vítima ouviu a palavra "mioma", quando esperava ouvir "feto". E depois pariu um bebê natimorto. A mulher da televisão, não ela. Pois que um dia ela seria mãe e de seu ventre surgiria um nativivo. Mas, enquanto nada acontecia de especial em sua vida, menstruava e sentia-se grávida. Não tinha marido ou nenhum outro homem com quem pudesse contar para reproduzir. E o ar comprimido era por não ver de onde tirar algo azedo para pôr na boca. Por isso, aguava-se! Aguava-se! Era assim, tão cheia de água na boca, que se sentia como as mulheres grávidas. Água na boca dessas de desejo.