certeiro
Parti no baú das sete e meia. Entro as oito no trampo, não posso pegar o das sete e quarenta e cinco senão to ferrado na mão do patrão. Puxo assunto com uma moça no ponto de ônibus, Alessandra que diz ser diarista, sinônimo do já cafona termo doméstica. Morena de uns mais ou menos 1,75m de altura, como diriam meus caras camaradas de futebol “gostosa pra caraleo”.
Meu esquema é fazer uma de bom moço, fito-a e finjo nem ter notado sua presença e como num passe de mágica desfiro um olhar daqueles de secar baleia, pasmem nem sei se por causa da forma esfomeada com que olhei ou se pela minha avassaladora beleza. Modéstia parte sou um feio desarrumado, sempre de boné pra esconder a careca e com meus tênis rainha de salão todinho em couro encardido.
Alessandra sorriu mas eu vou na próxima volta, chego atrasado no trabalho mais na frente no preparo deste bote.