Varanda
Uma poeira perpassa a varanda. Faz um céu aberto, nuvens fáceis.
A orquestra de motores embala as ruas, a manhã e a cidade.
O planeta aquece. Árvores, animais e pulmões embevecidos. Tonturas poluentes nos alcançam.
A alma está sem peito, sem espaço. Você diz: -Calce o sapato.
Grita, então, a cidade-estufa, sufocada. Pouco ar. Efizemas.
E as calotas?... e em dúvida, perguntas: as do carro? respondo: -Não, as polares. Elas derretem.
E adormecem as cidades-estufa. Desidratadas. Asfixiadas. Sem varandas...