Esperança

     Passava das cinco , o céu ainda rasgava-se em tons avermelhados, o sol do verão, preguiçoso,  relutava em deitar-se. Desde que ela se fora, já se passaram tantas luas, girassóis floresceram , outros tantos feneceram; a vida continuou o seu ciclo magistral. Veio outono passional, a explosão primaveril e o frio inverno. Dia após dia, paciente ele espera a hora da Ave-Maria, quando os anjos despertos dizem amém. Há muito sua avó contava dos pedidos a essa hora, tiro certo!
     Então por que os anjos nunca lhe deram crédito?
     Absorto  não viu  a lua cálida, sublime, fazer-lhe companhia, como das outras vezes.
     Em desassossego caminhou, passos lentos. Amanhã voltaria...

FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 20/04/2009
Reeditado em 23/04/2011
Código do texto: T1549158
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.