Beethoven
Caminhou até a cozinha, sua respiração era agora vapor embaçando suas grossas lentes presas na fina armação de alumínio. Sentia um frio correndo espinha abaixo.Abriu a geladeira e nada viu além de garrafas de água, logo abriu o congelador e apenas vodka havia. Brotou um malicioso sorriso no canto da boca extinguindo a culpa e o medo, pois agora sabia que o único sangue frio naquela noite seria o sangue de Ana recém derramado na sala, ela que agora mirava o teto com seu olhar petrificado, com a oitava sinfonia de Beethoven ao fundo, coagulando sangue na noite fria sem luar.