O MUNDO ENCANTADO DA MARIQUINHA - V
UMA MENINA DE OURO
Dona Mariquinha gostava de ir à Missa aos domingos de manhã.
Todos tinham preguiça de acompanhá-la, pois, ela queria ir à Missa das sete e chegar à Igreja pelo menos meia hora antes.
A única que lhe fazia a vontade era a bisneta de treze anos, Luizinha.
A Luizinha namorava o coroinha, Ênio e assim que ela chegava à Igreja ele dava um jeito de escapulir da Sacristia e passar por ela para dizer-lhe um sorridente Oi!
Os pais dela não podiam saber porque eram severos e nunca permitiriam que ela namorasse com apenas treze anos.
A Bisa não percebia nada e se falasse alguma coisa ninguém ia levar a sério mesmo.
Terminada a Missa o padre ia para o confessionário, a Bisa para a fila de penitentes e a Luizinha e o Ênio para a porta namorar, ela de olho na Bisa para ver se ela não saia pela outra porta e ele de olho no Padre que não ia gostar nada de vê-lo namorando na porta da Igreja.
Os pecados da Mariquinha eram singelos: Derramei café na mesa. Quebrei um copo. Pisei no rabo do gato.. Estou arrependida e prometo não fazer mais isso.
Era rápida a confissão, rápida a absolvição e, mais depressa do que os pombinhos desejavam, ela estava de volta para ir embora.
À tarde Luizinha convidava:
- Vamos dar uma volta na praça. Ouvir música, tomar um sorvete?
Mariquinha aceitava prazerosa.
Luizinha fazia a velhinha sentar com um sorvete na mão e, como um passe de mágica, o Enio aparecia e os dois iam namorar até a Bisa reclamar que estava cansada ou com frio e queria ir embora..
E as tias comentavam:
- A Luizinha é tão boazinha! Tem uma paciência com a Bisa!
- É mesmo! Ela é uma Menina de Ouro!