O defeito
Havia uma árvore muito bela naquele terreno. Era grande e possuía umas frutas redondas, grandes e de um vermelho intenso que contrariava as folhas de um verde superabundante. Todos colhiam frutas daquela árvore, todos gozavam da sombra que ela cedia.
Um dia a árvore produziu um fruto – um apenas – pequeno, seco e de um rosa pouco vivo. Existiu uma pessoa que o consumiu. O fruto era amargoso.
E por um fruto – um só – a árvore deixou de ter quem lhe experimentasse os outros frutos, deixou de ter quem desfrutasse da sua sombra.
Por um defeito – um apenas – ninguém mais se achegou e ela secou de tristeza. Morreu de pé, como morrem as árvores.