CONTO MINIMALISTA n.20
DE ALMA LEVE
Ah, não podia ser. Novamente? A gerência a notificava de hora extra pela segunda vez na quinzena.
Mesmo sendo verdade que o emprego era ótimo e precisava dele para garantir o bem-estar de sua filhinha, aquilo era também abusivo, e não suportava mais. Talvez alguma outra, mais carreirista, pudesse apreciar a oportunidade, mas não ela.
Respirou fundo. Estava cansada nesta sexta-feira, pois era um trabalho exaustivo e de alta responsabilidade. Queria ir para casa ficar com sua menina, tirar o salto alto, colocar shorts, a camiseta velha, e relaxar.
Fechou a porta da sala em silêncio, sentou-se e ouviu tudo aquilo de novo. Era extremamente desagradável lidar com pessoas arrogantes e sem respeito humano. Resoluta, correndo os riscos, afirmou que não ia poder ficar mais tempo e pediu um prazo para repensar a presente situação. Uma semana lhe foi concedida. Sentiu alívio por haver mantido relativa calma.
Desejando um educado boa-noite, ela saiu e imediatamente dirigiu-se à delagacia, onde deixava registrada queixa de intimidação/constrangimento físico e moral/assédio sexual com ameaça de demissão - contra o poderoso gerente geral. Tudo estava bem registrado em seu celular.
De alma leve, como há muito não sentia, ligou o som do carro e cantou alto. Só pensando na pequena filha, foi para casa.
Silvia Regina Costa Lima
6 de março de 2009
DE ALMA LEVE
Ah, não podia ser. Novamente? A gerência a notificava de hora extra pela segunda vez na quinzena.
Mesmo sendo verdade que o emprego era ótimo e precisava dele para garantir o bem-estar de sua filhinha, aquilo era também abusivo, e não suportava mais. Talvez alguma outra, mais carreirista, pudesse apreciar a oportunidade, mas não ela.
Respirou fundo. Estava cansada nesta sexta-feira, pois era um trabalho exaustivo e de alta responsabilidade. Queria ir para casa ficar com sua menina, tirar o salto alto, colocar shorts, a camiseta velha, e relaxar.
Fechou a porta da sala em silêncio, sentou-se e ouviu tudo aquilo de novo. Era extremamente desagradável lidar com pessoas arrogantes e sem respeito humano. Resoluta, correndo os riscos, afirmou que não ia poder ficar mais tempo e pediu um prazo para repensar a presente situação. Uma semana lhe foi concedida. Sentiu alívio por haver mantido relativa calma.
Desejando um educado boa-noite, ela saiu e imediatamente dirigiu-se à delagacia, onde deixava registrada queixa de intimidação/constrangimento físico e moral/assédio sexual com ameaça de demissão - contra o poderoso gerente geral. Tudo estava bem registrado em seu celular.
De alma leve, como há muito não sentia, ligou o som do carro e cantou alto. Só pensando na pequena filha, foi para casa.
Silvia Regina Costa Lima
6 de março de 2009