Deixando-se ficar...

Deixando-se ficar...

O arrolhar de pombas inconfundível adormecia a tarde, envelhecia as folhas, solicitava brevidade dos ninhos...Estava quente e uma chuva pronunciava-se na colina agitando ciprestes e o capim elefante, Martha envolta em sonhos e uma anágua azul desejou encarnar a umidade do pasto e ser nuvem ainda que para derramar-se sobre o tapete de jovens armadilhas... O vendaval trouxe o já sabido gosto pelas corredeiras. Pedras gemiam e transpiravam o odor do passado que ela agora sorvia em pausada agonia.. .

Por que ? Na manhã estivera satisfeita com a vida que a levava como mansa canoa em suas águas...

Olhar perdeu-se entre o verde e a maciez do manto cinza de nuvens.

Num piscar descuidado aproximou-se do desterro..

Um bem-te-vi cruzou o céu em busca de abrigo, Logo outro e mais dois...

Levaram consigo pensamentos e uma dourada luz pousou nas ávidas mãos vazias....

*virgínia além mar

virgínia vicamf
Enviado por virgínia vicamf em 24/03/2009
Código do texto: T1503049
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