A FOLHA
As coisas não perderam o sentido, o sentido das coisas é que deixou de ter importância. Parou diante do mar, o vento era apenas frio, o branco do céu lhe trouxe uma tristeza de calmaria. As poças d’água, a umidade do ar, então fechou o casaco e continuou. Não tinha para onde ir e não queria ficar, assim era fácil seguir. Uma folha roçou sua cabeça e guiada pelo vento, pousou perto do meio fio, onde a água da chuva corria, tocou um canto, tentou resistir, mas foi tragada pelo esgoto. Os sapatos estavam molhados e não agasalhavam os pés.