Desígnio

Ela levanta-se da cama, enrolada num roupão azul escuro de lã e encaminha-se para a janela. Ele dorme placidamente, sem notar que não a possui mais ao seu lado.

Lá fora a chuva cai e ela observa pela janela, encantada... Vê a chuva precipitar sem dó nem piedade, molhando as ruas, os automóveis, as habitações, as pessoas.

Ele desperta e a vê reclinada à janela, enrolada no roupão, enquanto toma alguma coisa quente numa xícara.

- Por que fitas a chuva? Estás triste?

- Não, não estou triste. Apenas sinto prazer em olhar a chuva cair.

- Apressa-se, regressa para a cama... está frio, chove...

- Anda... vem contemplar a chuva...

E a chuva cai, e eles perseveram cada um no seu desígnio...

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 22/03/2009
Código do texto: T1500767
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