Desígnio
Ela levanta-se da cama, enrolada num roupão azul escuro de lã e encaminha-se para a janela. Ele dorme placidamente, sem notar que não a possui mais ao seu lado.
Lá fora a chuva cai e ela observa pela janela, encantada... Vê a chuva precipitar sem dó nem piedade, molhando as ruas, os automóveis, as habitações, as pessoas.
Ele desperta e a vê reclinada à janela, enrolada no roupão, enquanto toma alguma coisa quente numa xícara.
- Por que fitas a chuva? Estás triste?
- Não, não estou triste. Apenas sinto prazer em olhar a chuva cair.
- Apressa-se, regressa para a cama... está frio, chove...
- Anda... vem contemplar a chuva...
E a chuva cai, e eles perseveram cada um no seu desígnio...