Luz Divina

- Eu desisto... Peço o perdão de Deus... Me mostre a luz... - da escuridão veio a voz arrastada, dilacerada pelo cansaço e desnutrida de vontade.

O monge que a ouviu, não acreditou. Quantas gerações não vieram, dia após dia, repetir a pergunta e ouvir o silêncio ou blasfêmias?

Espantado, fez o sinal da cruz e forçou a alavanca de engrenagens enferrujadas. Com um estalo o teto da cela de trevas abriu-se e o prisioneiro de caninos afiados tornou-se pó ao ser banhado pelo Sol.

Mais uma alma fora purificada.