Líria
Sim, era bela. Corria pelos corredores, saltava os degraus de dois em dois. Parecia criança. Um dia alguém lhe disse que não tivera infância e que por isso agia como tal. Ela não se importou. Limpou com o dorso da mão a saliva que lhe escorria pela boca por causa da maçã do amor e sorriu. Juliano gostava dela. Assim mesmo com os cabelos desgrenhados e as sombrancelhas grossas. Gostava da sua pele alva, do jeito ingênuo como apanhava o cabelo e da sua infantilidade dócil e vívida. Era uma mulher-menina, cheia de encantos, a jovem e doce Líria.