A covardia não muda o destino
Conheceram-se no jardim de infância e estudaram junto até o início da faculdade.
A paixão dele surgiu cedo, quando ela, sorriso angelical de menina de 10 anos, apareceu na festa junina com aquele vestido de bolinhas vermelhas.
A recíproca veio já na adolescência, quando ele trocou os óculos fundo-de-garrafa por lentes de contato. Enfim, ela o reparou.
Por insegurança, nunca se declararam. À rejeição preferiram a inércia. E o tempo – sempre o tempo – passou.
Para ele, restaram as tardes solitárias de domingo. Para ela, os espancamentos contumazes perpetrados por um marido que não sabe amar.
E viveram infelizes para sempre.