CONTO MINIMALISTA n. 13
O BAILE
(O Valor de cada um...)
Sonhara com os bailes pré-formatura desde o começo da faculdade. Estava ali agora, mas hesitara em vir, cansada de tolices e maldades de alunos preconceituosos.
Sempre emudecera perante elas, fosse consigo ou não, mas seu coração se despedaçava. Nunca importara que ela fosse ótima pessoa e brilhante aluna, e só aquilo parecia valer para todos.
Quando o rapaz mais popular da escola aproximou-se dela pedindo para dançar, ela desejou acreditar nele, mas algo acordou no fundo da mente - algo triste que tivera que perdoar...
Sim, mas desta vez seria diferente, e nenhum balde de tinta ou algo estúpido assim a faria servir de riso geral ou estragaria seu belo vestido novo. Nem pensar! Sentira-se bem nele, feminina e doce, mesmo ela não sendo um modelo de magreza como pedia a tirânica moda - pois era uma graciosa figura renacentista.
A mesmice daquelas brincadeiras idiotas causava-lhe asco. Sabia agora que ele era apenas um imbecil grosseiro, um pobre de espírito como tantos - e isto o tornava bem feio a seus olhos.
Repentinamente, a noção de seu próprio valor a tomou - criando apreço - e uma nova auto-estima brilhou em si. Virou-se em direção à saida deixando-o abismado, com enorme cara de tacho.
Caminhava agora com decisão e mais segurança e, ao chegar ao portão de ferro do clube, um aluno novo na escola a ajudou a abrí-lo. Olhando-a com atenção, ele disse:
- Oi, sou o Mark. Noite gostosa, né? Posso te fazer companhia?
***
Silvia Regina Costa Lima
10 de fevereiro de 2009
O BAILE
(O Valor de cada um...)
Sonhara com os bailes pré-formatura desde o começo da faculdade. Estava ali agora, mas hesitara em vir, cansada de tolices e maldades de alunos preconceituosos.
Sempre emudecera perante elas, fosse consigo ou não, mas seu coração se despedaçava. Nunca importara que ela fosse ótima pessoa e brilhante aluna, e só aquilo parecia valer para todos.
Quando o rapaz mais popular da escola aproximou-se dela pedindo para dançar, ela desejou acreditar nele, mas algo acordou no fundo da mente - algo triste que tivera que perdoar...
Sim, mas desta vez seria diferente, e nenhum balde de tinta ou algo estúpido assim a faria servir de riso geral ou estragaria seu belo vestido novo. Nem pensar! Sentira-se bem nele, feminina e doce, mesmo ela não sendo um modelo de magreza como pedia a tirânica moda - pois era uma graciosa figura renacentista.
A mesmice daquelas brincadeiras idiotas causava-lhe asco. Sabia agora que ele era apenas um imbecil grosseiro, um pobre de espírito como tantos - e isto o tornava bem feio a seus olhos.
Repentinamente, a noção de seu próprio valor a tomou - criando apreço - e uma nova auto-estima brilhou em si. Virou-se em direção à saida deixando-o abismado, com enorme cara de tacho.
Caminhava agora com decisão e mais segurança e, ao chegar ao portão de ferro do clube, um aluno novo na escola a ajudou a abrí-lo. Olhando-a com atenção, ele disse:
- Oi, sou o Mark. Noite gostosa, né? Posso te fazer companhia?
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Silvia Regina Costa Lima
10 de fevereiro de 2009