Gás de Geladeira
E lá se foi a luz. Com a escuridão vieram os gritinhos de susto das funcionárias do Protocolo. Logo em seguida sobe um futum pútrido aos narizes, invadindo as salas apagadas. Cheiro de gás. “Quem peidou?”. Risos. Um estalo e algumas lâmpadas se acendem. Mais gritinhos ecoam, desta vez de alegria. Não sei por que... no escuro ninguém trabalha. (Nem o ar condicionado). Agora faz calor e o fedor persiste. Pensando melhor, prefiro uma pilha de matérias para bater. Meu computador dá sinal de vida e o ar volta a gelar aos poucos. “Trevas”. Tudo volta à normalidade plácida e sufocante. Menos o maldito odor sem dono.