Pequena vida

Em sua pequena vida ainda não conheceu o amor. Ele é uma criança com alguns cabelos brancos. Não viu os jardins flutuantes. Não viu as estrelas beijarem o chão. Não ouviu a Bob Dylan, com o vento e o tamborim. Todos os dias saindo para trabalhar, enxergando as coisas em preto e branco. Sem saber dos peixes que pulam nas redes e dos tesouros que procuram quem seja capaz de possuí-los.

A vida o aguarda. Os carnavais adormecidos não cobrarão juros. Seus solitários planos encontrarão quem possa compartilhá-los. A chuva lavará almas e ruas. A luz entrará por frestas, o que precederá o advento das janelas. Ele nascerá outra vez, muitas vezes tornará a morrer, mas o que importa é que as fotografias do paraíso permanecerão bem guardadas.