BRINCANDO COM CORAÇÕES
Tina sabia que ele não era leal. Tinha provas: não fora leal com a mulher com quem se relacionara antes. A pobre mulher sofria porque ele não lhe dissera a verdade.
Tina, sensível, resolveu tocar no assunto, refletir com ele. Afinal, como mulher, não gostaria de estar no lugar dela. Diante de sua reação, nem conseguiu falar. Levou um sermão malcriado na cara. Descobriu, assustada, o seu machismo autoritário.
Mas ele a amava - era o que Tina acreditava. O medo da deslealdade a atormentava. Sabia dos fantasmas que o rondavam: amores mal resolvidos.
Pedia que não tivesse ciúme. Uma namorada ciumenta o marcara. Tina não tinha ciúme, pouco se importava com outros corpos que ele buscava - aventura ou tara? Ela sentia tudo... negava-se a acreditar.
- Detesto deslealdade... se um dia você deixar de me amar, me avisa?
Ele se mostrou espantado, tentou disfarçar e brincar: - Prometo que farei isso. Só que isso nunca vai acontecer, pois a cada dia você mais me surpreende...
Ela - ainda! - acreditou.
Dois meses depois, sem aviso prévio, chorando muito e afirmando que a amava, dispensou Tina, tão surpreendente, seu brinquedo favorito...
É muito fácil brincar com corações...