O papelzinho
Todos os dias, ela aproveitava o banho do marido para vasculhar nas coisas do dele: abria a carteira, verificava bolsos, cheirava a camisa.Ele nunca havia desconfiado da rotina da esposa.Anos de investigação e nada de comprometedor.Até aquele dia.
Tinha nas mãos um número de telefone celular: um papelzinho achado na carteira em meio aos cartões de crédito.Só o número.Não havia nome escrito:
- Não é possível! Isso não está acontecendo comigo! Eu não achei isso nas coisas do André! Deve ser engano!
- Maldito! Bem que minha mãe avisou: não existe homem fiel! Mais dia menos dia, eu sabia que isso iria acontecer! Eu vou matar o André! Filho da mãe! Canalha! Cafajeste!
- Oh, meu Deus...sei que não sou de rezar, mas eu prometo que se o Senhor salvar meu casamento, eu dou o filho que o André tanto quer...ai, por favor, por favor, me ajuda, Senhor! Pai nosso que estais no céu...
- Ai, ai...snif...eu preciso de um calmante...buáááááááááááá...eu quero morrer!Vou beber até cair!Eu quero mor-rer!
- Quer saber? Eu não tô nem aí! Eu sou mais eu! Eu vou partir pra outra.Isso mesmo! Eu tenho meu orgulho!
Enrolado na toalha, o marido sai do banho e vê a mulher com cara de choro.Apanha o papel das mãos dela que parece imóvel.Sorri:
- Pedi pra vendedora anotar meu novo número de celular.Aproveitei a hora do almoço e comprei um aparelho novo...mas peraí, onde você achou isso?
(Maria Fernandes Shu – 16 de janeiro de 2009)
Todos os dias, ela aproveitava o banho do marido para vasculhar nas coisas do dele: abria a carteira, verificava bolsos, cheirava a camisa.Ele nunca havia desconfiado da rotina da esposa.Anos de investigação e nada de comprometedor.Até aquele dia.
Tinha nas mãos um número de telefone celular: um papelzinho achado na carteira em meio aos cartões de crédito.Só o número.Não havia nome escrito:
- Não é possível! Isso não está acontecendo comigo! Eu não achei isso nas coisas do André! Deve ser engano!
- Maldito! Bem que minha mãe avisou: não existe homem fiel! Mais dia menos dia, eu sabia que isso iria acontecer! Eu vou matar o André! Filho da mãe! Canalha! Cafajeste!
- Oh, meu Deus...sei que não sou de rezar, mas eu prometo que se o Senhor salvar meu casamento, eu dou o filho que o André tanto quer...ai, por favor, por favor, me ajuda, Senhor! Pai nosso que estais no céu...
- Ai, ai...snif...eu preciso de um calmante...buáááááááááááá...eu quero morrer!Vou beber até cair!Eu quero mor-rer!
- Quer saber? Eu não tô nem aí! Eu sou mais eu! Eu vou partir pra outra.Isso mesmo! Eu tenho meu orgulho!
Enrolado na toalha, o marido sai do banho e vê a mulher com cara de choro.Apanha o papel das mãos dela que parece imóvel.Sorri:
- Pedi pra vendedora anotar meu novo número de celular.Aproveitei a hora do almoço e comprei um aparelho novo...mas peraí, onde você achou isso?
(Maria Fernandes Shu – 16 de janeiro de 2009)