Salvem as galinhas!

Rotina na fazenda, o caminhão passava insignificante pelos transeuntes que nem ao menos acenavam ou lamentavam.Assim levantando poeira, seguia seu caminho aos solavancos, sem se importar com os passageiros que desumanamente levava.

Enquanto se afastava, um lágrima corria nos olhos pequenos que tentavam desesperadamente avistar a salvação ou entender o que fizera de errado. O que estava lhe acontecendo.

Dourada como sua mãe e de porte elegante como o pai, conduzida para a morte, viajava sufocada e espremida .Com fome, sede e calor, pensava que apesar de tudo havia tido sorte, conhecera e vivera com seus pais.Pobre de suas amigas! Muitas foram presas a mercê de alguém, que determinava que produzissem uma vida.Vida da qual eram cruelmente afastadas, vida na maioria das vezes sacrificada.

Triste destino os seus.Nunca desfrutavam do aconchego de um lar ou sentiam o valor de um afago.

Ariscas e desconfiadas viviam como alienadas a espera da morte.

Não compreendia a injustiça cometida contra elas.

Jamais vira ao menos um pequeno cartaz: Salvem as galinhas!