Hotel tropical
A vi saindo pela porta dos fundos. Na verdade estava ali havia duas semanas. Eu e mais três gatos vadios. Eles me abandonavam a noite para o cio, me deixavam sozinho, pois eu dali não arredava pé, dali eu não sairia.
Ela como sempre estava linda, a luz azul da lua dava mais destaque ao seu par de olhos negros. O gato negro ela mais carinhoso, passava várias vezes pela minhas pernas. Esse com certeza deveria ter mais destaque na balada felina.
Ela caminhava devagar, as pessoas quando estão apaixonadas caminham devagar, deve haver alguma explicação cientifica para isso. Ela olha para a direita duas vezes e uma para a esquerda, não para de olhar. Com certeza o cara é canhoto e vem do outro lado da cidade.
O ponto de táxi do Pedro, um ponto privilegiado da cidade, todos os taxistas gostariam de estar ali. Ruas largas e iluminadas, cercada de vários prédios comerciais e de hotéis de luxo. Foi um milagre achar uma casa nesse bairro, um milagre cabalístico.
O táxi tocou até o outro lado da cidade. Ela elegante desceu em frente ao Hotel Tropical, um hotel mediano, bem acanhado é verdade, porém limpo, impressionantemente limpo.
Quando ela entrou no saguão, todos imediatamente pararam o que estavam fazendo. Ela passou pela recepção e não disse nada, subiu as escadas com a mesma vagarosidade que desfilava pelas ruas.
Abri meu armário azul escuro, peguei o uniforme bege de ascensorista. Coloquei a identificação no peito, vesti o meu boné e...