MÍNIMO?!

Vira o copo numa talagada, já fazendo sinal para que repetissem a dose. O cigarro barato deixava um odor fétido, mas isso não o incomodava, tampouco os cabelos desalinhados e a roupa amassada...

Senta-se no tamborete e observa o movimento. Arrisca e pede um petisco. Torresmo fresquinho, garante o dono do boteco. O radinho empoeirado anima o ambiente com um ruidoso pagode. Os companheiros estão chegando: Tião, Nezão, Tonho... Senta-se a mesa e ja começa a embaralhar as cartas. Hoje pode extravasar... Pagou o Zé da mercearia, a dona Gertrudes do Verdurão, alguns bicos que a mulher sempre ficava devendo...

Enfia a mão no bolso e confere os trocados... Anima-se. Enquanto passa a língua nos lábios, faz sinal para que tragam mais uma dose.

Sandra Vilela (Eternellement)
Enviado por Sandra Vilela (Eternellement) em 29/12/2008
Reeditado em 09/09/2010
Código do texto: T1358289
Classificação de conteúdo: seguro